em um quarto sujo de motel observo essas lésbicas tremendo
sério?
o que realmente importa? nada, um pedaço do inferno.
cabeça roda
e eu me afogo com o tédio.
esquecendo com a vodka é tudo o que preciso.
um pouco de náusea e sal, agora um fugitivo
enquanto o sol que aquece no inverno
parece a porra da minha consciência, sumindo.
diz que ações são importantes e sem ela é como?
hipocrisia extrema, foda-se seus sonhos.
um pouco de Benflogin pra curar a sobriedade
não comi ninguém e foda-se também a saudade.
rangindo os dentes como os cães
mas sem valor...
hidrofobia em sua saliva
e um pouco de temor.
dúvidas e caos para eles
merecem mais que um pote de sorvete.
chumbinho no chambinho cara
pras suas crianças famintas, sem foco.
vomitam a paz e engolem ódio.
essa liderança de doente falhou? não.
lutou, caiu... mas não em vão, tentou...
dou os últimos tragos e vejo elas se vestirem...
agora humanas estão se livrando de mim.
pela porta um aceno e um olhar sincero
desligo a TV e volto a dormir nesse inverno...
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